Poste de alta tensão é paisagem?
2007/08/21
A REN continua a instalar redes de muito alta tensão junto a casas. Os moradores da Quinta de S. Macário, em Almada, receberam essa «prenda» e protestaram. Tiveram o apoio da Câmara e esbarraram na intransigência da Rede Eléctrica Nacional
Os moradores da Quinta S. Macário, no concelho de Almada, denunciaram a instalação de um poste de muito alta tensão (150 KV) junto aos prédios onde habitam. Os residentes dizem que «não tiveram qualquer tipo de conhecimento» sobre a construção da linha naquele local e temem pela sua saúde. A Rede Eléctrica Nacional (REN) alega que cumpriu «todos os requisitos determinados pela legislação».
A REN iniciou, em Março de 2005, os trabalhos de projecto e os estudos ambientais para a construção da Linha Fernão Ferro que, segundo um comunicado enviado pela rede eléctrica ao Portugal Diário, visava «reforçar a alimentação da rede de distribuição de energia da zona do Monte da Caparica, para fazer face aos aumentos de consumo verificados nas áreas de influência das subestações de Almada e Sobreda».
Para além deste projecto, a REN levou a cabo «a exploração, a 150 KV, de uma outra linha que liga a subestação de Fernão Ferro à subestação da Trafaria», lê-se no comunicado.
O problema é que um poste de muito alta tensão, que pertence a essa linha, está a ser instalado «à frente dos prédios», disse Mafalda Ferraz, uma moradora da Quinta S. Macário. «A antena está mesmo em frente à varanda de uns vizinhos meus», revelou.
«Estes prédios são novos e foram caros. Para além dos problemas de saúde que esta linha pode causar, ninguém vai querer comprar casa aqui», afirmou. «Se as pessoas soubessem da instalação do poste, não teriam comprado os imóveis».
Para Mafalda Costa, outra moradora, «os prédios ainda não estavam construídos quando a REN iniciou os trabalhos, mas já havia um plano, já havia todas as licenças de construção dos prédios, uma vez que estes começaram a ser construídos no final de 2005». «Eles já sabiam que o terreno ia ser habitado», disse.
«Se tivessem um poste de alta tensão em frente à janela, o que fariam?»
«A REN ia instalar o poste ao pé de uma escola, mas esta pôs uma acção à companhia eléctrica e eles mudaram o trajecto da linha», disse Mafalda Ferraz. «Então decidiram construir no terreno onde estão os prédios», afirmou indignada.
«E se fossem eles a ter um poste de muito alta tensão em frente à janela?», interrogou-se.
Os moradores já se dirigiram à Câmara Municipal de Almada e denunciaram a situação. De acordo com o que a moradora Mafalda Ferraz contou ao Portugal Diário, a câmara de Almada «está do lado dos moradores e concorda que esta situação não faz sentido. Mas não pode fazer nada, porque este é um assunto que está muito para além da câmara».
Já a REN escreve, numa nota, que a Câmara Municipal de Almada «tem, dentro do corredor aprovado, abertura para ajustes de traçado». Sobre esta questão a câmara não teceu quaisquer comentários.
Segundo a moradora, o director de equipamento da REN, Jorge Liça, depois de contactado pelos residentes, disse que «não estava provado que a linha fazia mal à saúde e que não ia parar a obra de maneira nenhuma».
A reacção da REN
Contactada pelo Portugal Diário, a rede eléctrica afirmou, em comunicado, que cumpriu «todos os requisitos determinados pela legislação» e que «manteve uma genuína preocupação de compatibilização e minimização dos impactes».
A empresa sublinhou ainda que «os efeitos a longo prazo estão por precaução antecipados» de acordo com coeficientes de segurança definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Riscos para a saúde
De acordo com um estudo da Universidade de Oxford, as pessoas que vivem num raio de 100 metros das linhas eléctricas têm mais probabilidade de contrair doenças do foro oncológico, como é o caso da leucemia. As crianças que vivem num raio de 200 metros dos cabos de alta tensão têm 70 por cento de probabilidade de sofrerem de leucemia, em comparação com aquelas que habitam a 600 metros ou mais das linhas eléctricas.
Recentemente, o próprio Governo avançou com um estudo que serve de alerta à população em relação à excessiva exposição a radiações.
Os moradores da Quinta de São Macário, em Almada, ameaçam levar a tribunal Os moradores da Quinta de São Macário, em Almada, ameaçam levar a tribunal a REN, caso esta se recuse a alterar o local onde um poste de muito alta tensão será instalado, em grande proximidade com as suas habitações. Em causa está uma linha que fará a ligação entre as sub-estações de Fernão Ferro, no Seixal, e da Trafaria, em Almada, que deverá entrar em funcionamento a partir de 2009 e que, segundo moradores e construtores, coloca em causa a saúde pública e o investimento feito na compra de novos imóveis.Para o recém-criado movimento de cidadãos que contestam esta obra, a solução para o problema passa pela alteração do projecto, através da trasladação do poste para outro local ou até mesmo da mudança de trajecto da linha ou do seu enterramento. Aos protestos dos moradores juntam-se os dos construtores dos prédios que formam a urbanização que afirmam não terem tido conhecimento desta situação antes de darem início à construção dos edifícios. Por esse motivo, avançaram com uma providência cautelar no Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada para impedir a construção da linha nos moldes apresentados pela REN.A agravar a situação, as fundações para montagem do poste terão sido colocadas num local cedido pela Câmara Municipal de Almada ao condomínio para “uma zona verde de utilização colectiva”, tal como indicado num documento encaminhado para a Direcção de Planeamento e Administração do Território. Assim, a 24 de Agosto, a autarquia embargou a obra iniciada nesse mesmo mês mas, de acordo com os moradores, esta nunca parou efectivamente, tendo a construção dos alicerces ficado concluída já no início de Setembro. A instalação e passagem de cabos no local está prevista para Março do próximo ano.
Protesto contra linha de alta tensão
2007/09/07Moradores consideram que medida é ilegal e prejudicial para a saúde dos habitantes
Moradores da urbanização Quinta de São Macário, Almada, irão manifestar-se sábado contra a construção da linha de muito alta tensão junto ao local, considerando que a medida é ilegal e prejudicial para a saúde dos habitantes.
Bruno Silva, morador da urbanização, disse à Agência Lusa que alguns postos desta linha de muito alta tensão ficarão situados a 30 metros das habitações e a 100 metros do colégio Campo de Flores, uma escola com cerca de mil alunos, o que «põe em causa a saúde dos moradores e dos alunos do colégio».
Esta linha de muito alta tensão, a cargo da Rede Eléctrica Nacional (REN) pretende fazer a ligação entre as subestações de Fernão Ferro, no Seixal, e da Trafaria, em Almada, estando prevista a sua entrada em funcionamento a partir do início de 2009.
Os moradores envolvidos no protesto acusam a REN de estar a realizar a obra ilegalmente, visto que o terreno onde ficará situado o posto mais próximo da Quinta de São Macário «estava destinado a espaços verdes, como consta no alvará de loteamento aprovado pela Câmara».
Nesse sentido, a Câmara Municipal de Almada embargou a obra iniciada no início do mês de Agosto no passado dia 24 por considerar que «as obras isentas de licenciamento ou autorização devem contudo observar as normas legais e regulamentares que lhes forem aplicáveis».
«Verificaram os serviços que o poste está a ser implementado na parcela C, que por força do alvará de loteamento emitido pela Câmara Municipal de Almada foi cedida para o condomínio privado e de acordo com esse mesmo alvará se destina a zona verde de utilização colectiva», pode ler-se no documento encaminhado pela autarquia para a Direcção de Planeamento e Administração do Território.
O protesto agendado para sábado pretende «dar conta das ilegalidades que têm acompanhado este processo e mostrar o quanto esta instalação, tão próxima de focos populacionais, é inadmissível», declarou Bruno Silva.
METRO A METRO SE ENCHE A CABEÇA AOS TOLOS
Quando irá acabar a demagogia primária e a hipocrisia reinante na classe politiqueira que nós elegemos?
Quando é que, de uma vez por todas, alguém, com responsabilidades e com coragem, põe a nu o escandaloso esbanjar dos milhões de Euros, que a “nomenclatura” fiscal saca aos sacrificados contribuintes, para alimentar o “eléctrico” fantasma que circula entre a Cova da Piedade e Corroios, completamente às moscas?
Porque será que a população da região de Almada anda a “engolir” sapos vivos, limitando-se a um encolher de ombros, perante esta monstruosa e caricata mascarada?
Quem é que inventou essa de “Metropolitano Sul do Tejo”?
Como é que um “eléctrico” de via reduzida, sem possibilidades que entrar na rede ferroviária nacional, se pode considerar de Metropolitano?
Alguém sabe responder a tudo isto?