quinta-feira, agosto 31, 2006

16, 17, 18 Setembro, 300 dirigentes das empresas mais ricas do mundo reunem-se em Lisboa


 




Nos dias 16, 17 e 18 de Setembro 300 dirigentes e altos-quadros das empresas mais ricas do mundo reunir-se-ão em Lisboa.


A capital portuguesa foi nomeada cidade anfitriã da quinta conferência europeia anual da Corenet Global – uma das principais associações profissionais de imobiliário empresarial - que se irá realizar nestes dias no Hotel Le Meridien Park.




O evento, organizado pela Câmara Municipal de Lisboa e pela consultora imobiliária Cushman & Wakefield, visa promover a instalação das sedes europeias dessas empresas na cidade e assim garantir que a imagem da capital sobressaia no mapa financeiro mundial. Há muito que Lisboa se prepara para um espectáculo desta magnitude.



As várias operações cosméticas em curso – sociedades de reabilitação urbana, nova lei das rendas, invasão de condomínios privados ou o projecto de renovação da Baixa-Chiado, destinado a “bombar o coração de Lisboa” (palavras da vereadora Maria José Nogueira Pinto), constituem pequenos sinais de uma política urbanística que pretende expulsar as pessoas do centro e preenchê-lo com residências de e para ricos, centros comerciais e, doravante, sedes de multinacionais. Alto astral...



Desde já, é de prever que os media convencionais produzam um discurso apologista da oportunidade do encontro, como forma de captar investimento internacional e assim contribuir para o desenvolvimento do país. No entanto, o facto das empresas disporem de uma elevada capacidade de mobilidade, leva a que os governos interessados na localização das suas sedes ou unidades produtivas façam os possíveis e os impossíveis para alinhar com as suas pretensões.




Apenas este argumento pode explicar os horários superiores a doze horas de trabalho nas fábricas da Nike na China, a destruição do Delta do Níger por parte da Shell na Nigéria, o assassinato de dezenas de sindicalistas cometido por grupos paramilitares a soldo da Coca-cola na Colômbia, ou as crianças de Felgueiras que cosem sapatos para a Zara. Como tal, uma eventual oferta das futuras sedes empresariais ou a concessão dos mais onerosos benefícios fiscais por parte das autoridades municipais não nos suscitarão qualquer surpresa. A produtividade, ora aí está.



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Mais informações,  The 2006 CoreNet Global Summit in Lisbon