Moinho de pedra nos arredores de S. B. de Messines
Existe alguns sítios nos arredores de São Bartolomeu de Messines pelos quais foram encontrados vestígios arqueológicos.
Algumas importantes referências: - No Cerro da Portela foram encontrados fragmentos de telhas e de cerâmica, pedaços de paredes de vasilhas, restos de estruturas habitacionais, sepulturas que possivelmente poderiam ser alto-medievais.
- Em Messines de Baixo, mais precisamente no sítio de Alcaria, foi recolhido num laranjal fragmentos de cerâmicas islâmicas ou medievais/modernas portuguesas e telhas com decoração digitada.
- No sítio do Monte Ruivo foi identificado um troço de calçada com cerca de quinhentos metros.
São Bartolomeu de Messines tem mostrado uma enorme riqueza em termos de espólio arqueológico:
- Instrumentos de pedra polida: (Período Neolítico) Nas aldeias das Cortes e Cumeada existiram diversos instrumentos de pedra. Na aldeia do Monte Boi apareceram muitos cistos, formados de quatro lajes toscas metidas a prumo, e muitos machados de pedra. Na aldeia de Amorosa, situada muito perto do serro de Monte Roso com muitas minas antigas, onde foram encontrados instrumentos de trabalho romano e várias antiguidades, instrumentos de pedra. No sítio do Zambujal, apareceram diversos machados de pedra.
- Tatuagem: (Período Neolítico) A tatuagem consiste no emprego de um simples processo de introduzir sob a epiderme tinta de cores, dando lugar a desenhos. Os desenhos que mais apareceram representam cruzes, imagens, datas, ramos de árvores ou flores campesinas. O Gral, uma espécie de instrumento, servia para guardar ou moer as tintas de que os neolitas se serviam para pintar o corpo.
- Cistos: (Período Neolítico) Eram umas sepulturas quadrangulares ou quadradas, muito frequentes nesta freguesia. O seu comprimento é inferior ao de um cadáver. São formados por duas fileiras de lajes toscas paralelas, cujas extremidades sobressaem a dois travessões, que se separam no sentido perpendicular, que são paralelos e servem de cabeceiras.
Estes cistos, pertenceram à última idade da pedra, passaram a ser usados durante a idade do cobre e na primeira idade do ferro, em todo o território do Algarve.
No sítio do Zambujal, do Castelo, no serro da Fonte da Figueira, no Monte Boi, no serro da Portela, foram encontradas sepulturas, umas quadradas, outras mais arredondadas.
Desta forma, comprovou-se que S. B. de Messines era a sede da civilização neolítica e da idade dos metais.
- Silos: (Período Neolítico) Nas rochas de S. B. de Messines encontram-se casas subterrâneas, e faz carregar os Mouros com a culpa de as terem habitado, como se os Mouros vivessem em cavernas! Os Mouros quando encontravam documentos das antigas civilizações, que não sabiam explicar, atribuíam-nos a seres extraordinários. Quando entraram na área do Bensafrin encontraram cistos de um povo por eles desconhecido.
O nome Bensafrin significa terra de seres extraordinários, terra de bruxos.
- Menires: (Período Neolítico) Foi encontrado por Estácio Vieira, um menir no sítio da Cumeada, freguesia de S. Bartolomeu de Messines. Característico típico da idade neolítica, ou pelo menos, da transição desta idade para a idade dos metais. Passados alguns anos, Estácio Vieira voltou aquele sítio e, os menires de grés estavam transformados em grandes pias para o gado beber água.
- Moinhos de pedra ou móses: (Período Neolítico) Em todo o Algarve abundam estes instrumentos. Estes moinhos de pedra ou móses serviam para que o pobre e o rico moesse o milho, transformando-o em xerem para fazerem as famosas papas do lavrador e dos seus criados.
- Dolmens: (Período Neolítico) Foram encontradas quatro sepulturas tapadas com uma só laje, no sítio do Monte Boi, pelo senhor José de Sousa, que assentava sobre quatro esteios de pedra ou pilares colocados a prumo. - Minas de Cobre: (Idade dos Metais) A mina de Santo Estevão foi reconhecida como primeira estação com trabalhos antigos denominada Mina da Estrada, e por mais três estações de trabalho antigo, a do Lagar, a da Defesa e a da Cumeada. Esta mina foi considerada estação mineira muito significativa da idade do cobre. No sítio do Zambujal, também foram encontradas fundições de mineiro, sepulturas quadradas com louças e instrumentos de pedra. - Sepulturas da idade do bronze: (Idade dos Metais) Tratando dos cistos ou sepulturas quadradas, que estas datam do último período neolítico, talvez na transição para o dos metais, no entanto, muito embora estas sepulturas pertençam originalmente à última idade da pedra passaram todavia a ser usadas durante a idade do cobre, do bronze e até à do ferro. Por isso, figuram os cistos neolíticos encontrados no sítio do Monte Boi e em S. B. de Messines, como sepulturas com encineração da idade do bronze, pelo facto de aqueles cistos terem sido mais tarde aproveitados pela civilização da idade do bronze. - Necropoles da idade de ferro: (Idade dos Metais).
Também foram encontradas contas na destruída necrópole dos Comoros da Portela de S. B. de Messines, no próprio terreno onde foram arrasadas muitas sepulturas, em que havia lajes de grés vermelho-escuro com inscrições idênticas às da Fonte Velha.
Estácio da Veiga obteve nesse lugar:
- uma conta de vidro azul-escuro guarnecida de folhagem de esmalte branco; uma conta de vidro preta ornada de esmalte branco;
- outra lisa, de vidro azul-escuro;
- uma de vidro verde com esmalte orlado de branco;
- uma cabeça de serpente, de vidro preto, transversalmente atravessada por dois furos paralelos, cujas extremidades representavam os olhos e os ouvidos.
Presume-se que a necrópole dos Comoros da Portela haja pertencido à primeira idade de ferro.
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