quarta-feira, janeiro 24, 2007

"Vale tudo" Para Matar e Tornar o Aborto uma Máquina de Fazer Dinheiro?!

Vale tudo?


Um dos principais argumentos dos defensores do Sim – “prisão”– não é, no concreto, a realidade que têm vindo a argumentar.

Rita Marques Guedes



Baralhar para ganhar.

Intensifica-se o debate a propósito do referendo sobre o aborto.

Verifica-se que a agenda política já está dominada pela presença deste tema.

Constata-se que os grupos de cidadãos demonstram uma capacidade de intervenção e de mobilização que tenderá a crescer ainda mais com o aproximar do momento da votação.

Percebe-se que o “Sim” labora em cima de uma certa confusão de conceitos, designadamente entre a despenalização e a liberalização, sendo que o que está em causa neste referendo é essencialmente a liberalização da prática de aborto até às 10 semanas.

Nota-se, em matéria de sondagens, um progressivo crescimento dos defensores do “Não”.

Regista-se por um lado a opção do PSD em não partidarizar a questão e, por outro, o PS a subir a fasquia colocando a consequência do resultado qual voto de natureza partidária.

Questiona-se o grau de intensidade que a Igreja vai colocar na defesa da sua posição. Antecipa-se taco-a-taco até ao fim. Com resultado incerto. Em abstenção absoluta?




Clarificação

Um grupo de cidadãos constituído em movimento denominado “Independentes pelo Não” enviou ao Governo um conjunto de questões sobre a prática de aborto nos últimos 10 anos, tendo nomeadamente questionado sobre o número de mulheres presas nesse espaço de tempo. Com grande celeridade veio a resposta oficial. Olhando os números, verifica-se que existe o registo de 9 penas suspensas. E nenhuma prisão. Partindo do principio de que não há erro nos números apresentados e que não é destituído de senso quem os lê, a única conclusão a tirar é que um dos principais argumentos dos defensores do sim – “prisão”– não é, no concreto, a realidade que têm vindo a argumentar.

Rita Marques Guedes, Advogada

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