sábado, setembro 16, 2006

Silves - "Rocha Branca"

História da Minha Cidade - "Rocha Branca"





São antigos os vestígios da ocupação do lugar. Dos tempos pré-históricos ficaram por Silves e arredores menires e artefactos testemunhando agricultura intensiva e exploração do minério de cobre. A necrópole da Idade do Bronze de Alfarrobeira, na Serra, os menires Neolíticos do Barrocal ou os achados romanos que aumentam na zona Litoral, comprovam povoamento continuado. A 2 km a Oeste da cidade existem(íam) os restos do que teria sido uma importante feitoria do 1º milénio a.C., activa muitos anos depois de Cristo, muito provavelmente chamada Cilpes, com relações comerciais com o Mediterrâneo e seus civilizados povos: fenícios, gregos, cartagineses...


Da época romana poderá ser a ocupação urbana na actual colina de Silves.

Fortemente muralhada, conquistada uma primeira vez em 1189 por tropas cristãs portuguesas comandadas pelo rei Sancho I auxiliadas pelos Cruzados, caiu novamente nas mãos dos Mouros em 1191 e só foi definitivamente conquistada para Portugal em meados do séc. XIII. Logo se tornou a capital de todo o Algarve e a sua sede episcopal e militar. No séc. XV irá ainda participar activamente nas viagens marítimas de descobrimento portuguesas.


Afinal Silves era o mais importante concelho do barlavento algarvio. A sua jurisdição administrativa, civil e religiosa, estendia-se então, embora com interrupções, até Sagres, usufruindo ainda de um relativamente importante porto e estaleiro onde ao longo dos séculos anteriores aportara certamente muita experiência e conhecimento essênciais à aventura que Diogo de Silves em meados do séc. XV ao serviço do Infante D. Henrique empreendeu: a descoberta do arquipélago dos Açores.


Mas surgiam já os primeiros sinais da sua decadência. O rio, porta de ligação ao exterior, fonte da riqueza dos seus contactos, assoreava-se, isolava a cidade e tornava-a insalubre. Os bispos mudavam-se para Faro em 1577 e com eles se transferia o que restava da importância da cidade. No séc. XVIII o Terramoto de 1755, e depois as guerras entre liberais e absolutistas dos inícios do seguinte, que a figura local do guerrilheiro Remexido ainda lembram, reduzem a cidade a uma quase aldeia.


Mas Silves lutava para não morrer. Na 2ª metade do séc. XIX, princípios deste, o comércio e a transformação da cortiça da sua Serra e do vizinho Alentejo fizeram-na renascer. Torna-se uma cidade operária e industrial, crescendo em população e novos edifícios, burgueses e operários, despertando política e culturalmente para os valores sindicalistas e republicanos que ainda hoje a marcam.


A 2ª Guerra Mundial e o seu termo põem fim ao ciclo da cortiça e da transformação de frutos secos que uma agricultura sobretudo de sequeiro produzia.


A construção da Barragem do Arade e de importantes infra-estruturas de irrigação dão início a um novo ciclo, o da Laranja, e da citricultura de que Silves e o seu Concelho são hoje, mesmo sem grandes dividendos, capital nacional. A riqueza virgem do seu enorme interior serrano, que importa revitalizar, o valioso património construído, um dia talvez também acessível através do seu belo rio, o valor e beleza do seu litoral, são actualmente os principais trunfo de desenvolvimento e merecido destaque do Concelho no contexto regional.


Silves antiga




Monumentos:

Castelo de Silves


O castelo de Silves ocupa o topo da colina onde assenta a cidade de Silves. As muralhas que constituem a fortaleza apresentam a forma de polígono irregular com uma área aproximada de 12 mil metros quadrados. As defesas são erigidas em arenito vermelho, grés de Silves, tendo sido alteradas pelos vários sismos que assolaram a região, e consequentes reconstruções. A última ocorreu nos anos 40 do século XX, mantendo no entanto, o seu perímetro medieval.
O monumento é composto por várias torres de planta rectangular, verificando-se a existência de duas de tipo albarrã, (torres afastadas da muralha ligadas a esta por um arco), situando-se as três maiores a Norte e Noroeste. A poente encontramos quatro torres adossadas à muralha e as restantes três implantam-se a Sul.



O interior do castelo guarda vários elementos arquitectónicos relevantes, destacando-se na Zona Norte, o "Aljibe", grande cisterna de planta rectangular, sendo coberta por abóbadas assentes em colunas quadrangulares. A Sul, apresenta-se a "Cisterna dos Cães", a nascente procedeu-se a trabalhos de investigação arqueológica, que mostram estruturas de habitações palatinas. A residência mais a Sul é composta por dois pisos, jardim interior, complexo de banhos, pertencentes ao Período Almoada (séc. XIII). Na área central da alcáçova, poderá observar silos, que correspondem a estruturas subterrâneas destinadas ao armazenamento de mantimentos.


Historiadores e arqueólogos defendem a ocupação deste lugar e a existência de um recinto amuralhado pelo menos desde o período romano, povo que terá dado a forma inicial à cidade. A muralha existente poderá ter sido erigida neste período e posteriormente alterada e aumentada pelos Árabes, todavia, as investigações arqueológicas têm revelado pouco no que se refere aos períodos anteriores à presença islâmica no local.


A invasão muçulmana do actual território português ocorreu no século VIII, (711), permanecendo esta cultura quase cinco séculos no Sul de Portugal. A primeira conquista cristã sucede em 1189, a cidade capitula após prolongado cerco no dia 3 de Setembro, dois anos depois deste isolado assalto, os árabes irrompem pela península ibérica e recuam as fronteiras cristãs até ao rio Tejo. Na primeira metade do século XIII D. Paio Peres Correia inicia a conquista do actual território algarvio submetendo definitivamente a cidade de Silves ao domínio cristão em 1248.





Palacete Aurora Grade


Enquadramento urbano, abre fachadas principais e laterais para vias de circulação, Rua Samora Barros e Rua Alexandre Herculano, a outra fachada lateral e posterior para logradouro ajardinado.


O edifício mostra planta rectangular, disposta na horizontal com cobertura diferenciada em dois telhados de três águas e um de duas águas. A fachada principal orientada a Norte, com dois pisos e friso divisório entre estes, cimalha rematada por platibanda. O pano central é rasgado por vãos emoldurados de cantaria com arcos de volta perfeita e ombreiras ladeadas com aparelho almofadado; porta central com arco delimitado por emolduramento a janela central com arco delimitado por pilastras e rematado por corpo da platibanda, com pedra d'armas e coroa. Os panos laterais apresentam três vãos por piso, no andar nobre, três janelas de sacada, emolduradas, de verga recta arquitravada com balcão de balaustrada ao centro e balaustrada à face.


O início da construção terá ocorrido em 1907.






Pelourinho


Os fragmentos do pelourinho estão patentes na Praça do Município. O único elemento original que resta é uma coroa decorada com elementos em forma de flor-de-lis que remata a actual composição. Esta procura reproduzir a original descrita.


O pelourinho estava situado na actual praça do município de onde foi retirado em 1878, quando foi construída a estrada macadame que vinha de S. Bartolomeu de Messines. Foi desmantelado e as suas peças dispersas. A coroa e os ferros estavam depositados no museu Arqueológico Infante D. Henrique em Faro. A Câmara Municipal de Silves na década de 90 procede à sua reconstrução na Praça do município.








Ponte Romana de Silves


A Ponte Velha de Silves, em termos arquitectónicos, possui uma grande mistura de estilos. Pois, se por um lado os arcos são de volta perfeita intervalados por imponentes talha-mares à boa maneira romana, por outro, o tabuleiro da ponte é ogivado à boa maneira medieval. Se há historiadores/arqueólogos, especialistas no período romano que afirmam ter encontrado na ponte, vestígios de "opus signinum" (material construtivo romano), outros, medievalistas, referem ter observado, em inúmeras pedras da Ponte, as características siglas de canteiro (marcas deixadas pelos canteiros nas pedras que talhavam), como acontecia sempre no período medieval cristão.


Se por um lado não nos é difícil imaginar, engenhosos e obreiros como eram os romanos, que a cidade ao ter existido naquela época, como se crê, teria decerto uma ponte para atravessar o Rio Arade, naquele tempo de dimensões substancialmente maiores, por outro, conhecem-se relatos da presença de homens-bons de Silves, numa das cortes convocadas para Leiria, na 2ª metade do século XV, a agradecer ao monarca a construção da ponte. É pois possível que no período de ocupação romana existisse uma ponte naquele local o que justificaria os restos de "opus signinum" testemunhados por Maria Luísa S. A. Estácio da Veiga, no entanto, a enorme quantidade de siglas de canteiro observáveis nas pedras da ponte, permitem-nos afirmar com alguma certeza, de que a mesma se enquadrará cronologicamente no período medieval cristão. Sondagens arqueológicas efectuadas recentemente no seu tabuleiro, evidenciaram fragmento cerâmico datável do século XV, ao nível de uma estruturação em argamassa que suportaria um lajeado, o que confirma não só a fonte escrita atrás referida, como está de acordo com a utilização das aludidas siglas de canteiro.



Importante meio de comunicação desde aquela época, de pessoas e veículos provindos de lugares a sul da cidade, tinham de aceder a Silves sobrepondo o Rio Arade, deixou de ter circulação automóvel desde os anos 50, altura em que a nova ponte, obra do Estado Novo, a remeteu para um planos secundário.


Mede cerca de 75 m de comprimento e detém uma largura de 4,5 m. Possui cinco dos seis arcos que a compunham, é utilizado na sua construção um arenito da região designado por “grés de Silves”, apresentando actualmente um reboco em argamassa nas faces externas e internas das suas guardas que se encontram caiadas de branco.










Tradição - Artesanato



A tradição e actividade artesanal deste concelho, evidencia-se pela sua qualidade e diversidade. A cortiça, a verga, a pedra grés e a lata são alguns dos materiais utilizados para o fabrico de peças únicas confeccionadas pelos artesãos da terra.

Os costumes e os hábitos ancestrais, ainda podem ser observados através dos trabalhos de empreita e esparto que ocupam alguns dos artesãos e que mantém vivas as antigas técnicas e tradições.


Para recordar a gloriosa tradição da indústria corticeira, poderá visitar o Museu da Cortiça no interior da Fábrica do Inglês em Silves.






Serra

Manifestamente serrano, o concelho de Silves oferece uma multiplicidade de recursos alternativos ao produto sol e praia.
Dotado de uma elevada qualidade ambiental, apresenta uma paisagem diversificada com extensas áreas naturais.
Apostada em valorizar o interior serrano, a edilidade tem desenvolvido uma panóplia de acções que visam acima de tudo promover a dinamização das zonas do interior assim como evitar o isolamento das gentes que permanecem nestes lugares.
As acções desenvolvidas tem passado não só pela manutenção dos acessos já existentes e pela criação de novas estradas e caminhos, como também pelo desenvolvimento de itinerários turísticos, que tem como objectivo dar a conhecer a riqueza ambiental existente.

2 comentários:

Anónimo disse...

mete essa merda toda no cu paneleiro do caralho. QUE GRANDE ATRASO DE VIDA QUE TU ÉS MEU ANIMAL!

OS NACIONALISTAS SÃO QUASE TODOS PANELEIROS E TU TB PERTENCES A ESSE GRUPO?? DASSSSSSSSS

ELES COM FALINHAS MANSAS ACABAM POR TE ESPETAR NO CU.

Vítor Ramalho disse...

Gostei do blogue.
Sobretudo porque me fez recordar bons tempos que passei em Silves.