domingo, dezembro 10, 2006

O Gaiteiro de Estômbar - Algarve

Representação de um gaiteiro numa escultura do Séc. XVI (Igreja Matriz de Estômbar, Lagoa, Algarve).


O Gaiteiro de Estômbar

Estômbar, Algarve-Séc. XVI


A escultura do gaiteiro adossado a uma coluna manuelina da igreja matriz de Estômbar (concelho de Lagoa, Algarve), vem dar-nos testemunho da gaita num local para muitos inesperado. Contudo, convém lembrar que a temática dos músicos (por vezes até dos animais músicos) é recorrente na imagética medieval.

No que respeita à gaita, saliente-se a sua ligação à Natividade no contexto das fantasias pastorais dos séculos XVII e XVIII, o que não obsta a que surja em contextos cronológicos mais antigos, como aparece aqui demonstrado (século XVI).

Como nota de curiosidade pode referir-se que a mais antiga figuração de um gaiteiro e do seu instrumento encontrada na Península Ibérica respeita a um capitel da igreja de Melide, na Corunha (Galiza), e data de finais do século XI.

Se hoje, às portas do século XXI, a gaita parece ser património etnográfico circunscrito ao Minho, ao Leste Transmontano, às regiões de Coimbra, Cantanhede e Torres Vedras, e à península de Setúbal, ainda há poucas décadas ela se ouvia no Norte Alentejano. Isto sem esquecer que festas populares como a Festa dos Tabuleiros, em Tomar, e a festa anual de Caneças, por exemplo, ainda hoje não dispensam o gaiteiro.



Exemplo da disposição do fole de uma gaita transmontana.




No que respeita ao Algarve, parece não haver memória do instrumento (ao tocar a gaita numa aldeia do Barrocal, passei imediatamente por “moço do Norte”), pelo menos entre os idosos contactados. Não seria de admirar, contudo, que antes do advento dos instrumentos de palheta livre metálica (harmónios, concertinas, harmónicas de boca...), efectivado no decurso do século XIX e que conquistou popularidade assinalável nesta região do país, a gaita pudesse ter tido utilização como instrumento lúdico e quiçá cerimonial, tal como ainda acontece nas zonas atrás referidas.Uma particularidade a destacar na escultura em questão reside em que, as patas e o pescoço do animal foram aproveitados para a colocação dos tubos, tal como ainda acontece na gaita transmontana e nos modelos balcânicos.




José Gomes
Publicado em "Gaita-de-Foles" - ( revista da Associação Gaita-de-foles ); nº1- Abril de 2001

sexta-feira, dezembro 01, 2006

PNR e JN Juntos contra a Invasão! Basta de Traidores! Portugal é dos Portugueses!













(Zog Média)

Manifestação nacionalista defende nova "restauração" da independência


Uma manifestação organizada pelo Partido Nacional Renovador (PNR), de extrema-direita, juntou nos Restauradores (Lisboa) cerca de 50 pessoas (aldra...) empunhando cartazes contra os imigrantes e defendendo uma nova Restauração da Independência, tendo a iniciativa decorrido sem incidentes.


A manifestação, que coincidiu com a realização das cerimónias comemorativas do 1.º de Dezembro de 1640, deslocou-se até ao Largo do Martim Moniz.


Empunhando bandeiras de Portugal e do PNR, os manifestantes percorreram a baixa lisboeta entoando, por várias vezes, o hino nacional e palavras de ordem como "Apesar da traição, Portugal tem solução".



"Estamos a ser invadidos. Alto à imigração! Portugal é dos portugueses" e "Não nos lixem o futuro. Portugal sempre!"
eram as inscrições de alguns cartazes empunhados pelos manifestantes.




Discursando no Largo do Martim Moniz, o presidente do PNR, José Pinto Coelho, criticou as comemorações oficiais do 1.º de Dezembro, defendendo que estas "não têm alma e são uma autêntica farsa sem sentido".


"Somos governados por sucessivos traidores. E somos nós que temos que despertar a consciência dos portugueses", afirmou o presidente do PNR, acrescentando que o país vive "numa ditadura democrática".


"O nacionalismo está para vencer e para crescer", reforçou José Pinto Coelho, defendendo uma nova "restauração" da independência.


"Não queremos que Portugal seja diluído numa confederação europeia artificial. Não queremos que Portugal seja tratado como uma [empresa] multinacional" , concluiu.


Durante a manifestação, que foi acompanhada por duas equipas da PSP com 14 agentes, houve trocas de agressões verbais entre os manifestantes e alguns transeuntes, mas sem consequências.


Agência LUSA
2006-12-01 19:20:01













Restauração: Homenagem a heróis marcada por manif nacionalista


No dia em que Portugal comemora 366 da reconquista da sua independência, a Câmara Municipal de Lisboa prestou homenagem aos Heróis da Restauração, na presença de dezenas de pessoas e de uma manifestação do Partido Nacional Renovador (PNR).



O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carmona Rodrigues, que presidiu à homenagem, menosprezou a acção de protesto, afirmando que «ao longo de nove séculos de História sempre houve varias opiniões». «Felizmente, desde o 25 de Abril que há liberdade de opinião, mas este sentido nacional e patriótico deve ser posto em prática no dia a dia», disse Carmona Rodrigues.O presidente da CML afirmou ainda que «há sempre um aproveitamento destas ocasiões», mas que não atribui importância.




Para o presidente do Partido Nacional renovador (PNR), José Pinto Coelho, «estas comemorações oficiais não passam de acções politicamente correctas, desprovidas de alma».




Os cerca de cem militantes e simpatizantes do PNR iniciaram a sua manifestação na Praça dos Restauradores, seguiram para o Rossio, tendo-se concentrado no Martim Moniz, porque «há 32 anos que os sucessivos governos praticam políticas anti-nacionais de dissolução da pátria, consentindo a invasão de Portugal por outros povos».«Portugal está a perder a sua identidade», acusou José Pinto Coelho, acrescentando que «o país precisa mais do que nunca de uma nova Restauração».