Emigrante despedido por denunciar caso de pedofilia O português residente na Suíça demitido após denunciar um caso de pedofilia na rádio onde trabalhava vai processar a empresa por despedimento ilegal e iniciar um protesto diário frente ao Parlamento suíço a partir do final do mês. |
Emigrante há 18 anos, Jorge Resende trabalhava como administrador de sistemas informáticos na Rádio Suisse Romande (RSR), uma das principais rádios helvéticas, quando em 2005 descobriu ficheiros de carácter pedófilo no sistema de um alto quadro da empresa, tendo sido demitido após denunciar o caso e ajudar a polícia nas investigações.
"No final de Agosto vou iniciar um protesto diário em frente ao Palácio Federal, o Parlamento suíço, para distribuir folhetos com informação sobre o meu caso e sensibilizar os políticos do país", afirmou Jorge Resende, em declarações à agência Lusa.
Paralelamente, o emigrante vai intentar em tribunal uma acção contra a rádio por despedimento ilegal, tendo ainda o projecto de criar na Suíça uma fundação destinada a ajudar pessoas que são demitidas ou alvo de outro tipo de represálias por denunciarem crimes ou irregularidades no interior das empresas onde trabalham.
Numa luta que se prolonga há vários meses, estes não são os primeiros protestos levados a cabo por Jorge Resende. Durante um mês viveu dentro do carro, estacionado à porta da empresa, em Lausanne, e até fez uma greve de fome, iniciada em Junho e que se arrastou por 32 dias.
A greve foi interrompida no final do mês passado, quando um tribunal decretou que o emigrante português não podia aproximar-se da rádio nem circular num perímetro de 800 metros à sua volta.
A ordem judicial foi solicitada pelo órgão de comunicação social, depois de Jorge Resende ter entrado nas instalações da rádio, apesar de ter sido proibido de o fazer, com o intuito de falar com o director.
Entretanto, um grupo de colaboradores da RSR lançou uma petição on-line (www.petitionresende.ch) pela reintegração do emigrante na empresa, tendo já reunido mais de duas mil assinaturas.