Pecuária: Falta de matadouro obriga a abates no montijo e causa prejuízos
Produtores desesperam
O Algarve não tem um matadouro há 15 meses – o que havia foi fechado por ordem da ASAE – e os proprietários das unidades pecuárias existentes na região são obrigados a proceder aos abates no Montijo, a cerca de 300 quilómetros de distância."Somos confrontados com dificuldades que estão a arrasar o sector e a levar o desespero aos produtores", refere António Figueiras, presidente da Associação de Criadores de Gado do Algarve.
Os custos dispararam. "Quase todos os dias ouço falar em explorações que já fecharam [mais de vinte] ou que estão à beira do encerramento. E só não acontecem mais casos porque muitos produtores são idosos e não dispõem de condições para mudar de vida."
António Figueiras diz que as reuniões mantidas com responsáveis pelosectoreautarcas se "revelaram inconclusivas e não sabemos quando voltará o Algarve a ter um matadouro." Um novo encontro, com alguns presidentes de Câmara, está previsto para 29 de Outubro.
Face a um quadro de crescentes dificuldades, "são os intermediários que lucram. Compram junto dos produtores animais, produtos que valeriam quase o dobro se houvesse um matadouro próximo". Ainda assim, no Montijo as condições "sempre são melhores" do que em Beja, cidade mais próxima.
PORMENORES
ASSOCIATIVISMO
A AMAL fez um estudo e concluiu que deve existir pelo menos um matadouro no Algarve, mas Macário Correia sustenta que a iniciativa "deve partir do sector privado."
GESTÃO
O presidente da Câmara de Tavira diz que as autarquias "não estão vocacionadas para gerir matadouros", mas não quer "um modelo de gestão como o que foi aplicado e traduzido na falência".
QUALIDADE
António Figueiras diz que "a carne boa do Algarve é levada para fora e a que cá chega não tem a mesma qualidade."